Bom, ando falando muito dos meus Top 50, então queria voltar aos filmes "comuns". Sei lá porque lembrei desse, nem tenho em DVD, e deve fazer uns 10 anos, pra mais, que não assisto. Isso deve dizer alguma coisa sobre o meu humor ultimamente... :-)
Por alguma razão, esse filme ficou marcado, apesar de não ter tido um grande destaque. Acho que todo mundo já deve ter assistido em algum Supercine da vida: em um momento de stress um homem querendo ir encontrar sua filha abandona o carro e tenta ir a pé, encontrando situações que só fazem com que sua raiva aumente. O que era um momento de insanidade se transforma em algo muito mais grave, quando um policial prestes a se aposentar resolve descobrir o que está acontecendo.
O que sei é que quase todo mundo já teve o seu "Dia de Fúria"... Aliás, meu primeiro destaque é para o título em português, um dos poucos que provavelmente é melhor do que em inglês, caracterizando exatamente o que acontece com o protagonista. Acho que é por isso que esse filme ficou tão marcado, todo mundo já teve vontade de fazer exatamente o que ele fez.
Michael Douglas está muito bem, passando em cada cena o desespero crescente do sujeito. Robert Duvall é o tradicional clichê do policial quase aposentado, que mesmo já não tendo mais porque, resolve investigar essa série de pequenos crimes aparentemente desconexos.
Mas o principal destaque do filme são as situações. Parece que de fato, em um dia ruim, qualquer um de nós poderia, no limite, ter a mesma reação dele. A cena do McDonald´s é clássica: primeiro ele chega pedindo o café da manhã às 11:05 e a balconista diz que só pode servir até as 11:00. Depois de alguma briga, ele então pede um sanduíche, e ao comparar o que recebeu com a foto "meramente ilustrativa", acaba destruindo o restaurante. Exagero? Sim. Mas quem nunca teve vontade?
Da mesma maneira, ele reage contra assaltantes, imigrantes ilegais, neonazistas, o trânsito, e basicamente tudo que passa à sua frente. Claro que a história não acaba bem, mas o importante destacar aqui é o quanto compreendemos o personagem em sua angústia, e de certa maneira até justificamos suas reações, chegando até a "torcer" por ele.
Afinal, quem nunca teve um dia de fúria?
Nota: 7,0
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