quinta-feira, 3 de maio de 2012

500 Dias com Ela (500 Days of Summer, 2009)

Eu sempre digo que esse filme é o que todas as comédias românticas queriam ser e não conseguiram. Apesar da clássica forma "boy meets girl", o filme não "idealiza" o romance e a busca do amor perfeito, e sim mostra um relacionamento como muitos outros são, com altos e baixos, desentendimentos, reconciliações, e, afinal, duas pessoas tentando se entender e conviver.

Tom é um arquiteto buscando se estabelecer na carreira, trabalhando em uma empresa que cria cartões (de aniversário, Natal, namoro). Conhece uma garota chamada Summer, e depois de pouco mais de um ano, quando ela o abandona, ele busca entender o porquê enquanto tenta reconquistá-la. Historinha batida, não? Pois algumas coisas, como eu disse, fazem com que esse filme seja diferente dos demais.

A maneira de contar a história, de maneira não linear, alternando o começo florido com as piores etapas do namoro, não apenas nos ajuda a entender melhor o que se passou, como também mantém o interesse ao longo do filme. Além disso, foge da sequência "encontro-namoro-briga-reconciliação" que caracteriza 99% das comédias românticas. O emprego do protagonista na empresa de cartões é uma maneira muito esperta de mostrar suas flutuações de humor devido ao namoro, gerando cenas hilárias.

As atuações também são ótimas. Joseph Gordon-Levitt, que surgiu, quem diria, na série 3rd Rock From the Sun, vai amadurecendo como ator nesse papel, tendência que continua em Inception (e, esperamos, no terceiro filme do Batman, The Dark Knight Rises). E Zooey Deschanel, bem... é Zooey Deschanel, a maior "girl next door" do cinema depois de Meg Ryan. Ela está tão linda no filme que você até perdoa quando ela faz o rapaz de gato e sapato. Ah, e é boa atriz também.
E as situações que ocorrem com eles são o ponto forte do filme. Ao contrário de alguns "romances", você acredita que aquilo ali poderia de fato estar acontecendo. E o visual do filme também é belíssimo, aproveitando o fato de Tom ser arquiteto para transformar a cidade em um personagem do filme. Além de algumas cenas inusitadas, que ajudam a criar uma história muito diferente:
Por falar nisso, a trilha sonora também é bem interessante, misturando músicas conhecidas com algumas da banda da própria Zooey Deschanel.

O filme perfeito? Claro que não. Continua sendo um pouco previsível apesar das novidades, e em alguns momentos tenta ser um pouco "indie" demais (o que eu chamo de "efeito Juno", aquele filme que se sentia na obrigação de ser alternativo a cada segundo de história). Mas é muito divertido, e ao mesmo tempo foge do convencional, não tratando o espectador como idiota. E isso é mais do que se pode dizer de muitos filmes hoje em dia....

Nota: 8,8 (23o. na minha lista de filmes favoritos)

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