terça-feira, 15 de dezembro de 2015

[Top 10] Coisas que dá pra salvar na trilogia nova de Star Wars


Não se fala em outra coisa no "mundo pop" a não ser Star Wars. Filme novo, a volta dos personagens clássicos, finalmente a continuação da história, spoilers, teorias, conjecturas... E a velha discussão de porque a trilogia nova (A Ameaça Fantasma, Ataque dos Clones e A Vingança dos Sith) é tão horrível, e só o Samir gosta dela. Assim, já que guardar rancor é o caminho para o Lado Negro da Força, dou o braço a torcer nesse post, relembrando 10 coisas da Nova Trilogia que, digamos, não são um lixo completo (inclusive o próprio Samir me ajudou, já que eu estava há meses pensando, sem conseguir juntar 10 coisas):

(atenção: texto com spoilers dos filmes I a VI)


10 - O paralelo entre as histórias de Luke e Anakin Skywalker

Ao final de Retorno de Jedi, o Imperador e Darth Vader querem de todo jeito convencer Luke a juntar-se ao Lado Negro da Força para salvar aqueles que ama. De certa maneira, você nunca de fato acredita que isso vai acontecer, e, previsivelmente, ele não apenas não se converte como ajuda seu pai a se redimir. No entanto, por mais mal escrita e atuada que seja, a queda de Anakin para o Lado Negro em Vingança dos Sith mostra que aquilo já aconteceu antes, por razões muito parecidas, e que o fato de serem pai e filho torna isso algo a se temer, de fato. Por mais que você saiba que Luke não vá para o lado do Mal.

Tá calor, né? E a Dilma?

9 - Darth Maul

Eu nem acho Ameaça Fantasma o pior filme dos três (pra mim é Ataque dos Clones) mas com certeza é o mais dispensável (esse sensacional post mostra o porquê, e de quebra sugere uma ordem excelente para ver a saga toda). Se bem analisado, nada do que acontece ali tem real importância para os rumos da história. Mas para mim, é lá que está o melhor vilão de toda a trilogia: Darth Maul, aquele que é tão ruim que é mau com u e mal com L ao mesmo tempo. Assustador, tinha um sabre de luz maneiro e passava aquela sensação de algo sinistro que um vilão de Star Wars precisa. Tivesse sobrevivido, com certeza faria melhor papel que Christopher Lee (para mim, totalmente deslocado) e General Grievous (ok, ele era maneiro em Clone Wars, mas nos filmes? Afff).



8 - Trouxe Star Wars de volta e possibilitou novas criações

Muito pouco se falava de Star Wars na década de 1990. Em 1997, o lançamento da trilogia clássica remasterizada (Han atirou primeiro!) começou a trazer de volta a saga ao mundo, mas, como esperado, foi o lançamento de novos filmes que fez com que Star Wars voltasse a ser assunto. E, mesmo não tendo sido bons, esses filmes possibilitaram também o surgimento de coisas maneiras, como Clone Wars, Lego Star Wars e Star Wars: Rebels.




7 - Mais informações sobre o passado dos personagens

Nerds são a maioria do público-alvo de Star Wars. E, como nerds que são, querem compulsivamente mais informações sobre aquilo que os interessa. Isso a nova trilogia traz. Mesmo que as informações sejam contraditórias, desnecessárias, revoltantes ou decepcionantes, bem, elas estão lá.

Mas eu não precisava saber que Anakin foi um moleque mala que gritava IIIPPIII!

6 - O Surgimento de Darth Vader

Desde o dia em que os filmes novos foram anunciados, um momento era muito esperado pelos fãs: a transformação final da pessoa Anakin Skywalker no vilão Darth Vader. E, apesar de alguns detalhes (o NOOOOOO, por exemplo), essa foi uma cena que eu gostei. Lembro de mal respirar enquanto Darth Sidious pegava o Anakin semi-morto e o colocava na icônica armadura. Especialmente a tomada "em primeira pessoa", com a máscara sendo colocada nele pela primeira vez, e seguida da famosa respiração, convenhamos, foi foda.



5 - "Fear is the path to the Dark Side"

A nova trilogia de Star Wars surgiu e se desenvolveu na era da internet. E, como tal, não poderia deixar de gerar memes, piadas, sátiras, e homenagens. Para mim, a mais versátil de todas é a cena em que o Conselho Jedi entrevista o pequeno Anakin para definir se ele será treinado. A fala de Yoda se tornou um clássico instantâneo ("Fear is the path to the Dark Side. Fear leads to anger, anger leads to hate, hate leads to suffering."):



Já no longínquo ano de 1999, pré-internet, Lisa Kudrow (a Phoebe de Friends), estrelou uma sátira a essa cena no MTV Movie Awards (juntando com outro meme pré-histórico, o do Kevin Bacon).


4 - Trilha Sonora

Um fato da vida: John Williams consegue tornar até um filme iraniano interessante, apenas com a trilha sonora. Na nova trilogia não seria diferente. Claro que as músicas da trilogia clássica (especialmente a Marcha Imperial) são, bem, clássicas, mas o trabalho dele nos filmes novos é tão bom quanto, talvez melhor em alguns momentos. A luta de Qui-Gon Jinn e Obi-Wan contra Darth Maul ganha muita dramaticidade ao som de Duel of the Fates:



3 - Trazer Star Wars para uma nova geração

Dezesseis anos se passaram entre Retorno de Jedi e Ameaça Fantasma. Assim como a nossa geração descobriu Star Wars quando criança e trouxe isso consigo, toda uma nova geração, que hoje está nos 20 e poucos anos, conheceu e se apaixonou pela saga a partir dos filmes novos. Se um deles voltou e curtiu a trilogia clássica também, já compensa tudo o que passamos ao nos decepcionar.



2 - O Duelo entre Anakin e Obi-Wan

Outro daqueles momentos que todo mundo que viu a trilogia original sempre imaginava era o duelo final entre Anakin e Obi-Wan. Mestre e discípulo forçados a lutar por tomarem posições contrárias em um conflito. Anakin derrotado, tendo sua conversão completada ao passar por um sofrimento indescritível ("na lava? como foi isso?", pensávamos nós), e tendo que viver para sempre em uma assustadora armadura de suporte de vida, buscando dominar definitivamente a galáxia. E, apesar de alguns detalhes ("Give up, Anakin, I have the higher ground"? Jura?), a luta não decepciona, podendo ser considerada um dos melhores (talvez o melhor) momento dos 3 filmes:



1 - Jar Jar BinksNÃO, VANZO, SAI DAÍ, JÁ DISSE QUE SÓ VOCÊ GOSTA DELE!!!


Peço desculpas pela interrupção.

1 - A certeza de que a trilogia original é algo único e especial

George Lucas sempre disse que sua história tinha nove partes, e que a trilogia original eram os episódios IV, V e VI dessa história. Ao anunciar os filmes I, II e III, nos encheu de esperança de finalmente termos uma grande história completa. Porém, mesmo com sua presença e direção (ou, na verdade, por causa dele), a nova trilogia foi uma decepção. O que nos mostra que é muito difícil replicar as condições que tornam um filme, ou uma saga, algo memorável. É torcer para que, a partir de amanhã, essas condições estejam novamente reunidas em O Despertar da Força.


E sim, finalmente eles estarão de volta.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Divertida Mente (Inside Out, 2015)


Há tempos que a animação deixou de ser apenas para crianças. Inclusive falei aqui sobre isso. A Pixas, principalmente, vem conseguindo fazer filmes que, embora não deixem de ser interessantes e ter suas mensagens para crianças, falam também com adultos. Wall-E e Up são bons exemplos, onde o componente infantil está lá: os personagens divertidos, a história interessante, as lições de moral. Mas também há algo para adultos: a acomodação da vida moderna e o saudosismo de alguém que se perde, por exemplo. Divertida Mente repete o mesmo fenômeno: é uma história que agrada as crianças e tem mensagens para adultos.

Mas não é só isso.



O filme se passa basicamente na mente de uma garota de 11 anos, Riley, que se muda com os pais de Minnesota para a Califórnia e luta para se adaptar nos primeiros dias de sua nova vida. Os personagens principais são as emoções: Alegria, Tristeza, Medo, Nojo e Raiva. Sem saber direito como lidar com a nova situação causada pela mudança, as emoções entram em uma "aventura" buscando salvar as memórias e vínculos que Riley tem em sua mente. A história é ótima e bastante acessível para as crianças.

Para os adultos, o que chama a atenção é a construção simples desse "universo" da mente humana, desde as lembranças, que são associadas a uma das emoções, os sonhos, o subconsciente... é a parte "genial" do filme para mim. Há ótimas piadas (como a dos funcionários responsáveis pela armazenagem e destruição de memórias, que gostam de uma música de propaganda e vivem fazendo Riley lembrar dela, quem nunca?), e todo o processo de lembrança, esquecimento, amadurecimento, aumento de complexidade da personalidade conforme se fica mais velho está lá. É quase uma aula de psicologia (tomara que os leitores e leitoras psicólogos não me xinguem muito...).

Mas um grande destaque para mim é o uso da animação para criar um novo mundo, que pra mim não poderia ser feito com atores, no modelo "live-action".


A cena acima, por exemplo. Nela, Alegria e Tristeza (dispensam descrições) precisam levar as memórias-base (as mais importantes, aquelas que formam personalidade e caráter) de volta ao centro de "controle". Atrás delas, as prateleiras armazenam as memórias, cada uma com sua cor, de acordo com a emoção associada (alegria, medo, raiva - o interessante é que, enquanto criança, as emoções de Riley são "monocromáticas", achei brilhante). Ao longe, as "ilhas" que representam os principais traços de personalidade associados às memórias-base (na cena, as ilhas da Família, da Honestidade e do Hockey).

Eu poderia falar novamente sobre como foi bem feita essa "construção" da mente, mas para ver isso vale muito mais a pena assistir o filme. Posso citar também as atuações e a dublagem, muito competentes. Agora, o mais interessante é que o uso da animação para criar esse mundo foi fundamental. Divertida Mente não é uma animação por acaso. Além de ajudar a contar melhor a história, também contribui para que se quebre o preconceito de "coisa pra criança".

Se você não viu o filme por isso, esqueça e vá assistir agora. Você não vai se arrepender. Prometo que não conto para ninguém.

Nota: 8,5 (39o. na minha lista de filmes favoritos)

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

[Top 10+] Temas de filmes do 007


Já falei anteriormente sobre Skyfall aqui no blog. Embora eu me sinta a única pessoa do mundo que não gostou do filme, em uma coisa ele acertou em cheio: o tema cantado por Adele é uma das melhores músicas de toda a história do agente. É bela, imponente, e tem todo o estilo de tema de filme do 007, depois de bastante tempo sem que isso acontecesse.

Essa semana, foi divulgada a música-tema do novo filme de 007, Spectre. E, bom, não sei bem como dizer isso, mas tentarei ser minimamente diplomático: é bem ruim. Claro que seria difícil para qualquer um suceder "Skyfall", mas o tal de Sam Smith (de quem, confesso, nunca tinha ouvido falar antes de sexta-feira) canta um tema fraco, afetado e bastante esquecível. Tudo o que um filme de James Bond não merece.

No dia da divulgação, papo vai, papo vem, e a dúvida inevitável surgiu: afinal, qual o melhor tema de James Bond? Claro que cada um vai ter sua opinião, mas eu resolvi ir um pouco adiante e ranquear todos os temas dos filmes, a partir dessa excelente playlist: https://open.spotify.com/user/bill1025/playlist/55dW5o6roy81AtpyJjRNIc

O tema clássico do 007, apesar de ser a trilha oficial de O Satânico Dr. No, está fora desse ranking. O considerei como hors-concours, já que achei que não seria justo colocá-lo entre os temas individuais. É algo muito acima disso:


Além disso, o ranking só considera os filmes "cânone", desconsiderando portanto o Cassino Royale antigo, e Nunca Mais Outra Vez, onde Bond é novamente interpretado por Sean Connery, depois que entregou o papel a Roger Moore, mas não é considerado válido na linha do tempo do agente. Além disso, fugi do modelo "Top 10" porque queria falar de todos os filmes. Isso posto, segue o ranking:


23 - Moonraker - Shirley Bassey (007 contra o Foguete da Morte, 1979)

Shirley Bassey está bem colocada com outras canções nesse ranking, mas na minha cabeça músicas arrastadas demais não combinam muito com James Bond, e esse é o caso. Também ajuda o fato de eu não gostar mesmo da música. Uma pena, já que é um dos filmes mais divertidos (Jaws no bondinho do Pão de Açúcar, supera essa Daniel Craig!)



22 - We Have All the Time in the World - Louis Armstrong (007 a Serviço Secreto de Sua Majestade, 1969)

"Puxa, mas é uma música de Louis Armstrong, como assim?" Mas é justamente por isso: Armstrong é característico demais, e "rouba" a cena na trilha sonora. Não é mais uma música de James Bond, e sim de Armstrong, o que por si não é um problema, mas deixa o filme meio "órfão".



21 - Another Way to Die - Jack White/Alicia Keys (Quantum of Solace, 2008)

Os anos 2000 foram de experimentação nos filmes de Bond. Tanto as histórias quanto os temas foram "reinventados" para uma nova época. Alguns deram certo, esse não. Nem o tema, nem o filme. Experimental demais, pra mim.




20 - All Time High - Rita Coolidge (007 contra Octopussy, 1983)

Como disse, não sou muito fã dos temas muito lentos. Esse é um deles: não é tão ruim, mas esquecível.



19 - You Only Live Twice - Nancy Sinatra (Com 007 Só Se Vive Duas Vezes, 1967)

Outro dos temas "românticos e épicos" que não me agradam tanto.



18 - From Russia With Love - Matt Munro (Moscou contra 007, 1963)

Esse é um dos temas clássicos, isso tem que ser respeitado. Mas também entra na categoria "lentos demais", e a interpretação de Munro, embora bem em acordo com a época, datou um pouco e ficou canastrona.



17 - Tomorrow Never Dies - Sheryl Crow (O Amanhã Nunca Morre, 1997)

Outra das tentativas mais recentes, trazendo uma cantora popular na época para uma série que se reinventava. Gosto do filme, gosto da Sheryl Crow, mas acho que a vibe "épica" não combinou muito com ela.



16 - Writing´s On the Wall - Sam Smith (007 contra Spectre, 2015)

Essa é a mais complicada de julgar, por ter sido recém-lançada, por não termos visto o filme, e até porque seu arranjo ainda pode mudar. Acho que a música começa bem, embora não fantasticamente, porém o refrão é muito fraco, e o falsete dá uma estragada, já que não tem nada a ver nem com o resto da música nem com o personagem. Depois do Rock in Rio, percebi que é meio uma marca registrada do rapaz. Uma pena, mas acho que ele não tem "estofo" para segurar um tema desses.

(não encontrei vídeo, segue link da música no Spotify: https://open.spotify.com/track/4oWmroatZtMmlgc3havMrv)


15 - For Your Eyes Only - Sheena Easton (007 Somente para Seus Olhos, 1981)

Chegando no grupo de músicas que não particularmente gosto ou desgosto, mais um no estilo mais "lento e romântico".





14 - The Man With the Golden Gun - Lulu (007 contra o Homem com a Pistola de Ouro, 1974)

Já entrando nos temas para mim mais "característicos", com muitos metais e um ritmo mais rápido, é um tema até divertido.



13 - Diamonds are Forever - Shirley Bassey (007 - Os Diamantes São Eternos, 1971)

Pela segunda vez na lista, dessa vez Shirley Bassey traz um dos temas mais reconhecidos e com mais "cara de James Bond". Eu sei, eu disse várias vezes que não gosto das lentas, mas essa é exceção.


12 - The World is Not Enough - Garbage (007 - O Mundo Não é o Bastante, 1999)

Ao contrário dos demais temas dessa época, tentou ser mais clássico e não ficou mal. A vocalista do Garbage consegue um bom trabalho em acertar o tom dos filmes.



11 - You Know My Name - Chris Cornell (Cassino Royale, 2006)

O filme é um recomeço na história, mostrando James Bond iniciando sua carreira de agente. O tema acompanha isso, e consegue um retorno legal às raízes. E eu gosto da música em si. A piadinha com o nome da música e a época do filme, em que James Bond não era conhecido também é interessante.



10 - Thunderball - Tom Jones (007 contra a Chantagem Atômica, 1965)

Um dos temas mais clássicos. Um pouquinho Tom Jones demais, mas é excelente.



9 - Licence to Kill - Gladys Knight (007 - Permissão para Matar, 1989)

Apesar de mais lenta, essa é muito clássica. Tem um estilo característico do final dos anos 80 e marcou bastante.



8 - Die Another Day (007 - Um Novo Dia para Morrer, 2002)

Um dos temas mais polêmicos, sem dúvida. Madonna foi chamada no início do século XXI para dar uma cara nova para a trilha sonora do último filme de Pierce Brosnan. Experimental, eu gosto, mas sei que divide opiniões. Ao contrário da atuação dela no filme em si, que ninguém gostou.



7 - Goldeneye - Tina Turner (007 contra Goldeneye, 1995)

Tina Turner é um nome perfeito para um tema de 007. Nessa "ressurreição" do agente na década de 90, foi uma escolha acertadíssima.



6 - Goldfinger - Shirley Bassey (007 contra Goldfinger, 1964)

Talvez o mais clássico e conhecido tema dos filmes de 007, é o primeiro de Shirley Bassey, logo no terceiro filme da série (e, também, um dos melhores de todos os tempos). Tem todos os componentes de um tema clássico: o ritmo, a opulência, a dramaticidade que os caracterizaram em tantos filmes.



5 - Living Daylights - A-HA (007 Marcado para a Morte, 1987)

A partir daqui minha predileção pelos anos 80 começa a falar mais alto. Como em toda essa lista, o gosto pessoal influencia muito, mas é o tipo de música que gosto mais, então naturalmente vai tender a aparecer melhor no ranking. Especialmente por ter visto o show do A-HA no Rock in Rio ontem...



4 - A View to a Kill - Duran Duran (007 Na Mira dos Assassinos, 1985)

Segue o momento anos 80. Adoro essa música, dá um senso de urgência e perseguição. E é do Duran Duran, isso ajuda. Curiosidade: é a primeira música-tema de 007 a atingir o topo da Billboard, o que mostra a mudança para um viés mais pop já sendo feita nos anos 80, quando o personagem começa a perder fôlego.


3 - Live and Let Die - Paul McCartney / Wings (Com 007 Viva e Deixe Morrer, 1973)

Outra daquelas lembradas (e regravadas) até hoje. Talvez o primeiro grande sucesso de Paul McCartney em sua carreira solo. Inesquecível.


2 - Skyfall - Adele (007 - Operação Skyfall, 2012)

Talvez uma surpresa estar tão alto nessa lista, a música de Adele é a tradução perfeita dos temas de 007 para os tempos atuais: épica, majestosa, e extremamente bem executada. Para mim, a única coisa que se salva do filme.



1 - Nobody Does It Better - Carly Simon (007 - O Espião que me Amava, 1977)

Outra surpresa? Não sei se sei explicar bem porque gosto tanto dessa música, mas para mim é dela que lembro quando se fala de temas de Bond. Tem uma "malemolência", uma sensualidade e ao mesmo tempo aquele toque épico a que me referi algumas vezes anteriormente. Inclusive, acho Carly Simon muito subestimada, fala-se muito pouco sobre ela nos dias de hoje. Fica aqui meu reconhecimento, portanto.


terça-feira, 22 de setembro de 2015

Lucy (2014)


A ficção científica. Aquele gênero onde tudo é possível: naves intergalácticas, viagens no tempo, pessoas voando, mundos desconhecidos. Na ficção é onde os autores se livram das amarras da nossa realidade e nos transportam a universos onde nossas regras não necessariamente valem, onde qualquer ideia pode ser verdade e, como não há regras, tudo pode acontecer.

Bem, sim e não.

Por mais que você crie um universo novo, com novas leis, novos seres, novas possibilidades, esse universo ainda deve ser regido por essas mesmas leis. Se seu personagem viaja mais rápido que a luz, ótimo, mas as leis desse universo, e principalmente, sua coerência interna ainda devem estar lá. As pessoas, coisas e ambiente ainda devem se comportar de forma coerente, que faça o espectador acreditar que aquilo poderia acontecer naquelas condições. Claro que existe o conceito de "suspensão da descrença" (que o Nerd Pai explica de maneira muito simples aqui), e esse conceito é muito importante para que o espectador se divirta sem ficar reparando em cada detalhe, mas mesmo ele tem limites. Não dá pra fazer qualquer coisa e dar a desculpa de "ah, é ficção".


Você já deve estar imaginando porque eu estou falando isso. Lucy é exatamente tudo isso que critiquei. Nem me refiro especialmente à premissa "o ser humano usa 10% da capacidade cerebral. Imagina se usasse 100%", que hoje sabemos falsa, mas que de fato é só uma desculpa para dar superpoderes à protagonista (e já vimos desculpas muito piores que essa). O problema é o que o Luc Besson faz DEPOIS disso. A história é confusa, Lucy cria (e esquece) poderes e conhecimento de acordo com a necessidade momentânea da história, personagens aparecem sem que se entenda o porquê (inclusive um deles, em um surto de honestidade, pergunta a Lucy exatamente isso, "O que estou fazendo aqui? Pra que você precisa de mim?"). Claro que a resposta dela também não faz o menor sentido. Mesmo a motivação da história, que é ela adquirindo super-poderes ao ingerir acidentalmente uma nova droga enquanto a contrabandeia, não faz sentido: ninguém nunca tinha experimentado a tal droga antes?

E assim a história vai, com acontecimentos esquisitos se sucedendo, claramente direcionados mais pelo visual que pelo roteiro, o que transforma o filme em uma pirotecnia confusa. Scarlett Johansson exagera um pouco no ar blasé da personagem, ou talvez esteja apenas apática frente a tanta bizarrice. Muitas maluquices depois, ela derrota seus inimigos (que são motivados sabe-se lá pelo quê) e, na cereja do péssimo bolo, vira (sim, isso mesmo:) um pen-drive.

Adoro ficção científica. Quanto mais, melhor, em geral. Mas filmes como esse prestam um baita desserviço ao gênero. Só quis falar dele por conta dessa visão "pode tudo" que algumas pessoas ainda têm. Fuja, e vá assistir filmes bons como Interestelar e Expresso do Amanhã (dois filmes de que ainda falarei aqui).

Estes sim demandam mais do que 10% do seu cérebro.

Nota: 2,0 (está entre os filmes que menos gostei)

sexta-feira, 31 de julho de 2015

Beleza Americana (American Beauty, 1999)


Vencedor do Oscar em 1999, Beleza Americana, de Sam Mendes, conta a história de Lester Burnham (Kevin Spacey), pai de família acomodado, que se considera um fracasso, tem um casamento falido com Carolyn (Annette Bening), não consegue se comunicar com a filha adolescente (Thora Birch), e de repente se vê apaixonado pela sua amiga de colégio Angela (Mena Suvari, linda). A partir desse fato, começa a contar sua vida e a vida daqueles em seu redor, a partir de um ponto futuro no tempo, onde ele já morreu.

O conjunto de "tipos" que compõem o subúrbio retratado no filme é um de seus pontos fortes: temos o pai de família fracassado e sem perspectivas, a mãe frustrada e viciada em auto-ajuda, a filha problemática e sua amiga popular, o vizinho esquisito, com seu pai militar rígido e a mãe ausente. E todos eles bastante realistas, ou pelo menos críveis, assim como a história que Lester conta a partir do dia que conheceu a amiga da filha até o dia de sua morte. O roteiro e as atuações são bastante elogiáveis (especialmente Kevin Spacey, que havia estourado há poucos anos com Seven e Os Suspeitos, e Chris Cooper, no difícil papel do Coronel Fitts), o visual e fotografia (especialmente nas cenas entre Lester e Angela, geralmente na imaginação dele), compondo um excelente filme, que ganhou prêmios e fez bastante sucesso na época do lançamento.


Mas provavelmente eu não estaria aqui escrevendo sobre o filme se não o tivesse visto de novo por esses dias. Além de comprovar que o filme continua atual, e foi realmente muito bem feito, algo me chamou atenção quando comparei as duas vezes que o vi, com 16 anos de diferença: o filme fala diferente para pessoas diferentes, e para fases diferentes da mesma pessoa.

Não é grande novidade que a experiência de quem assiste um filme varia de acordo com a sua vivência. Pros dois lados: há filmes que se não forem assistidos enquanto jovem, não vão ter grande apelo quando mais velho (Curtindo a Vida Adoidado, por exemplo). Mas me surpreendeu o quanto isso afeta a visão que tive de Beleza Americana aos 22 e agora aos 38 anos.



A primeira coisa: aos 22, me parecia que Lester Burnham era quase aposentado, que olhava do fim da vida e via que a tinha desperdiçado. Qual não foi minha surpresa quando logo na introdução ele diz que tem 42 anos. É pouco mais que a minha idade. O que me pareceu muito distante lá atrás de repente é algo muito próximo hoje. E isso me fez "sentir" muito mais a dor que ele sente, já que agora ele me parece "novo" e já desanimado da vida que passou anos construindo.

Outro ponto que passei a entender melhor: o "vilão" do filme, sob o ponto de vista de Lester, não é a idade, a velhice. É o conformismo, a desesperança. É estar longe do fim da estrada mas já achar que tomou o caminho errado e não se ver com forças para voltar e trocar de caminho. E não apenas ele: a seu modo, cada um dos personagens se vê em seu próprio caminho sem volta. Talvez seja essa a tal "Beleza Americana": você tem toda a condição de escolher de que maneira vai ficar insatisfeito.

É o principal mérito do filme também, conseguir mostrar sua mensagem de maneira diferente para cada um que o assiste. Ou, no meu caso, para cada fase da vida que assistiu. Não é pouco mérito.

Nota: 8,0


quinta-feira, 2 de julho de 2015

Rocky Horror Picture Show (1975)


Ressucito mais uma vez o blog para falar de outro musical, um que inclusive assisti com bastante atraso: Rocky Horror Picture Show. O filme, baseado em um musical inglês de Richard O'Brien (o ator que faz o Riff Raff na história), é "levemente baseado" na história de Frankestein. Um casal de noivos (Barry Bostwick e, sim, Susan Sarandon) tem o carro quebrado em uma estrada escura e busca auxílio em um castelo. Ao chegar lá, são recebidos pelo Dr. Frank N. Furter, um travesti alienígena que acaba de criar um ser vivo para seu prazer.


O resto do filme se passa dentro do castelo, e conta, de maneira tresloucada, a história do doutor, sua vinda para a Terra, e fala de outros personagens também. Tudo com muita música, claro, afinal falamos de um musical. E é bastante divertido, as músicas (e a história, por que não?) são cativantes, e você se pega se perguntando onde aquela doideira toda vai parar.

Mas o mais interessante desse filme é saber como aconteceu o sucesso dele. Foi um fracasso completo em seu lançamento - o diretor conta que foi a uma sessão no meio do dia e era a única pessoa na sala - até que um cinema em San Francisco resolveu colocá-lo em sessões da meia-noite, tradicionalmente reservadas para filmes B ou em reapresentação. Aí sim iniciou seu sucesso. As sessões começaram a lotar, e os donos das salas percebiam que as mesmas pessoas voltavam várias vezes. Essas pessoas começaram a vir fantasiadas, a decorar as falas, e a imitar as coreografias conforme elas aconteciam na tela.


"Time Warp", por exemplo, o primeiro número depois que eles entram no castelo, foi colocado no musical apenas para encher linguiça, já que a duração estava muito curta. Foi um sucesso. Com o tempo, toda uma mitologia foi sendo desenvolvida pelos fãs para assistir o filme no cinema. Falas em resposta aos diálogos do cinema foram desenvolvidos, e até um "kit" de acessórios foi criado, contendo coisas como arroz (para ser atirado na cena do casamento), água (para a cena da chuva), torradas (toasts, para a cena do brinde), e assim por diante. E tudo isso sem internet e sem home video.

Com isso tudo, é considerado por muitos o maior filme cult de todos os tempos. Foi capaz de desenvolver uma base fiel de fãs, que até hoje mantêm vivo o universo criado no filme. Muito antes de Star Wars, Star Trek e outros (basta dizer que é hoje o recordista de filme há mais tempo em cartaz ininterruptamente no mesmo cinema - mais de 40 anos, em um cinema alemão). Pra mim, é um caso muito curioso de mobilização em torno de algo, de encontrar um grupo de pessoas que divide os mesmos gostos e tornar isso uma experiência legal. Ah, e o filme é muito bom, vejam com carinho :-)


Nota: 7,5

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Superman - O Filme (Superman, 1978)


Outro dia, em uma conversa despretensiosa pelo Twitter, comentei o que eu achava que era uma opinião geral de quem assiste filmes de super-heróis no cinema: que o primeiro filme do Superman era fraco. Recebi várias reprimendas (pra dizer o mínimo), de amigos dizendo que o filme foi o pioneiro, estabeleceu vários padrões seguidos até hoje nos filmes do gênero, e especialmente do Victor Caparica, ouvi que eu (e, presumo, 99% dos espectadores do filme) tinha entendido errado o final, quando ele faz o tempo voltar para salvar Lois Lane do terremoto.

(inclusive, vale uma ressalva aqui: não sou leitor de gibis do personagem. Tudo o que disser se refere ao filme em si e não ao quanto é fiel ou não à mitologia dos quadrinhos. Muito menos entendo o suficiente para saber como as mudanças no universo das HQs afetam seu alinhamento com a história do filme)

Assim, depois de várias opiniões fortes, prometi a alguns amigos que reveria o filme com a cabeça aberta e escreveria um texto sobre ele aqui no blog para dizer o que achei. Adiantando: o filme é um pouco melhor do que eu lembrava, mas ainda não posso dizer que é bom. Explico:



O filme inicia muito bem. Toda a parte da origem do Superman é contada com calma, detalhes e didatismo. Talvez justamente por aquele pioneirismo, imagino que o diretor tenha escolhido um caminho conservador para não tornar o filme difícil para um público que não estava acostumado a esse tipo de história. Está tudo ali: de onde ele veio, porque veio especificamente para a Terra, porque seus pais o enviaram sozinho, como é seu relacionamento com seus poderes e seus pais adotivos na juventude... um belo "tutorial", que se encerra com a construção da Fortaleza da Solidão, a tomada de conhecimento de quem ele é e qual seu papel na Terra. Alguns efeitos especiais datados, mas essa parte realmente me animou para o resto do filme. Uma nota interessante: logo no início da história, aparecem os vilões do segundo filme sendo condenados, um "easter egg" que deve ter sido marcante na época.



A segunda parte do filme se dedica a estabelecer o Superman (o herói, e não a pessoa), além de caracterizar o ambiente que passa a cercá-lo: a cidade de Metrópolis, Lois Lane, Jimmy Olsen, e até um pouco de Lex Luthor. É nessa parte que, após algum conflito na adolescência, o Superman se transforma no "defensor da justiça, da verdade e do sonho americano" (sim, ele diz isso), o perfeito e incorruptível herói que Metropolis precisa. Eu tinha na cabeça que Lois Lane fosse uma personagem mais interessante (talvez resquício de ter visto Superman Returns há poucos anos), mas no filme ela é voluntariosa porém relativamente limitada (pessoas em volta corrigem sua ortografia algumas vezes durante o filme). A cena da entrevista exclusiva dela com o Superman é antológica pela parte do vôo em conjunto, mas é arrastada e algumas coisas não fazem sentido (você consegue a exclusiva mais procurada por todos os jornais da cidade e vai perguntar peso e altura, jura?). Ainda assim, o filme se sustenta bem, os personagens são bem retratados e, principalmente, o Superman se estabelece como herói na cidade de maneira muito interessante.



O terço final do filme é que estraga tudo. O filme se pretende sério, com pitadas de humor (o próprio Clark Kent funciona bem como alívio cômico em algumas cenas, sem cair na caricatura), mas nada justifica Lex Luthor e seus "capangas" terem cenas tão imbecis. Entendo que o "vilão ultra inteligente cercado por ajudantes imbecis" não era clichê na época como é hoje, mas ainda assim a sequência em que o bando tenta interceptar o comboio do míssil nuclear para redirecionar sua trajetória é revoltante de tão ruim, parece uma cena deletada de Top Secret por ter ficado sem graça. Quebra totalmente o ritmo do filme. Outra cena que não faz sentido algum é quando Lex Luthor chega à conclusão que, se Superman chegou à Terra no ano de 1961, então uma chuva de meteoros que chegou no mesmo ano "certamente" vem de Krypton, e "portanto", deve ser o ponto fraco dele, ele mesmo dando o nome de Kryptonita. É um ponto importantíssimo no plot do filme, merecia uma explicação melhor.



Após algumas pataquadas do vilão da história, chegamos à cena mais famosa (e mais polêmica, digamos) do filme. Ao ser salvo da morte por kryptonita pela assistente de Lex Luthor, ele promete que salvará a mãe dela primeiro, e com isso, Lois Lane é pega no terremoto causado pelo míssil de Luthor e morre soterrada. Em desespero, vai para o espaço e, com sua supervelocidade, faz com que o tempo volte e desce a tempo de salvar sua amada. Para mim (tanto na lembrança como vendo agora), parece que o Superman faz a Terra girar ao contrário para o tempo voltar, o que seria um grande absurdo. Há teorias que dizem que ele está gerando uma distorção no espaço-tempo, fazendo o tempo voltar, e não girando a Terra ao contrário, mas honestamente, não é isso que o filme demonstra (ele inclusive, no final, volta a girar no sentido normal da Terra para fazê-la "pegar no tranco"). De qualquer jeito, o ponto é que, mais uma vez, um ponto-chave da história fica muito mal explicado e sujeito a interpretações. Além disso, convenhamos, voltar, salvar a amada, mas deixar o resto do país explodindo não é exatamente o que o paladino da justiça teria feito...



O filme se beneficia de outros aspectos: o elenco tem boas atuações, e Christopher Reeve até hoje é o Superman, em uma identificação ator/personagem mais direta do que talvez qualquer outro herói do cinema (talvez apenas Robert Downey Jr./Iron Man e Hugh Jackman/Wolverine cheguem minimamente próximos). Na trilha sonora, John Williams mais uma vez mostra um tema daqueles de arrepiar, que até hoje identificamos nos primeiros acordes. Os efeitos visuais, como citei anteriormente, estão datados, mas não comprometem o filme, e na época devem ter sido considerados fantásticos. O diretor Richard Donner faz um trabalho muito competente, inclusive unindo a história com a do segundo filme (que acabou não dirigindo, por "diferenças criativas"). Alguns pontos positivos que ajudam o filme, mas acabam não fazendo tanta diferença. Como disse, acho que minha opinião não mudou muito. Reconheço alguns bons pontos positivos, e o pioneirismo, mas como entretenimento, continuo achando que não é grande coisa. Que venha o filme 2...

Nota: 5,0


domingo, 29 de março de 2015

[Top 10] Trilogias


As trilogias. Por alguma razão, séries de 3 filmes se tornam cada vez mais comuns no cinema, seja como desenvolvimento natural da história, seja porque se baseiam em séries de 3 livros, ou seja por falta de vergonha e ganância de quem as realiza (né, Peter Jackson?). Enfim, depois de um começo de conversa sobre o assunto com o Victor Caparica no Twitter, resolvi elencar aqui as 10 melhores trilogias do cinema na minha opinião, ordenadas. O critério é que tenham sido 3 filmes (dã), e que na média, eles componham uma obra de destaque, tentando privilegiar aqueles em que não haja um filme que destoe negativamente dos demais.

Já me preparando para desviar das pedradas, lá vai:

10 - Corra Que a Polícia Vem Aí (David Zucker - 1988 a 1994)

Sou um fã confesso do humor besteirol. Poucas vezes ele atingiu tal nível ao longo de 3 filmes como em Corra Que a Polícia Vem Aí. Leslie Nielsen, que teve uma longa carreira em filmes sérios, "renasceu" como ator de comédia física nas mãos de Zucker e Abrahams em Apertem os Cintos..., mas é aqui, como personagem principal, que atinge seu auge. São muitas cenas antológicas, várias vezes com outras piadas acontecendo ao fundo, para se escolher qual a melhor. Memorável.




9 - Trilogia "Antes do..." (Richard Linklater - 1995 a 2013)

Nada menos que 18 anos separam os filmes dessa série (da qual falei aqui e aqui), na qual Richard Linklater começa com a história de 2 desconhecidos que se encontram em um trem e decidem passara noite juntos (Antes do Amanhecer), se reencontram depois de muitos anos (Antes do Pôr do Sol), e estão casados, com 2 filhas (Antes da Meia-Noite). Em comum, os filmes têm muita conversa, um clima intimista e um retrato profundo da dinâmica entre o casal, e da passagem do tempo, desde jovens idealistas a um casal de meia idade pragmático. Vale muito assistir.



8 - Trilogia Exterminador do Futuro (James Cameron - 1984 a 2003)

Não é bem uma trilogia, mas como o filme 4 (e o futuro filme 5) se situam em uma linha temporal alternativa, dá pra isolar e analisar apenas os 3 primeiros. A história que projetou Arnold Schwarzenegger em Hollywood é uma baita história, com viagens no tempo, muita ação e efeitos visuais (O Exterminador do Futuro 2, quando lançado, era o filme mais caro de todos os tempos), e conta uma história que prende, empolga e, queira ou não, tem sua profundidade ao discutir os rumos da humanidade e a dependência de máquinas e computadores. Mesmo o terceiro filme, considerado por muitos muito inferior, me empolgou e terminou a saga inicial de maneira bem legal. E, claro, o tema é muito maneiro: TANAM TAM TANAM (um projeto @odildavid)



7 - Trilogia O Senhor dos Anéis (Peter Jackson - 2001 a 2003)

Considerada "infilmável", a série de 3 livros de J. R. R. Tolkien ganhou uma adaptação memorável pelas mãos de Peter Jackson no início dos anos 2000. Quase uma unanimidade em termos de "adaptação na mesma qualidade dos livros', a série de filmes foi produzida durante 18 meses na Nova Zelândia, e transmite todo o caráter épico e grandioso do livros. Suas versões estendidas somam mais de 11 horas de filme. A pena é que a ganância de Peter Jackson ao transformar o pequeno livro O Hobbit em mais 3 filmes tenha resultado em algo mais para modorrento do que para épico.



6 - Trilogia do Homem Sem Nome (Sergio Leone - 1964 a 1966)

Embora não sejam tecnicamente uma trilogia, já que as histórias não são sequenciais e Clint Eastwood sequer interprete o mesmo personagem nos 3 filmes, a sequência Por Um Punhado de Dólares/Por Uns Dólares a Mais/The Good, the Bad and the Ugly (me recuso a usar o nome em português) está aqui porque eu quero, oras. Obras-primas do sub-gênero "Western Spaghetti", que curiosamente começou como uma alternativa de menor custo e maior liberdade criativa ao Western tradicional, e acabou, na minha opinião, deixando um legado mais presente até hoje do que o gênero que o deu origem. Ah, e Ennio Morricone...



5 - Trilogia Batman (Christopher Nolan - 2005 a 2012)

O primeiro filme do Batman, de Tim Burton, foi um marco no cinema de quadrinhos. Basicamente apenas Superman havia sido feito na época, e ele trouxe um visual novo para os filmes de super-heróis. Após as "experiências" de Joel Schumacher, o personagem foi deixado um pouco de lado, e o gênero evoluiu enquanto isso. Até que Christopher Nolan trouxe uma abordagem nova, mais realista, para o personagem. Mesmo com opiniões divididas sobre o primeiro (na minha opinião, muito bom), e especialmente sobre o terceiro (que, de fato, fechou a história com uns furos de roteiro meio graves), o segundo filme, O Cavaleiro das Trevas segue sendo, provavelmente, o melhor filme de quadrinhos da história, não apenas pela estupenda atuação de Heath Ledger como Coringa, mas também por conseguir uma história inteligente, atrativa e toda amarrada, algo raro para um "filme do meio".



4 - Trilogia Indiana Jones (Steven Spielberg - 1981 a 1989)

Não há muito o que dizer aqui: um personagem carismático, com histórias interessantes, no estilo "aventuras de antigamente", bem dirigidas e emocionantes. O primeiro filme (Caçadores da Arca Perdida) já foi muito, muito bom, e os seguintes (Indiana Jones e o Templo da Perdição e Indiana Jones e a Última Cruzada) apenas aumentam o nível, sendo que Sean Connery arrebenta no papel de pai dele no último. De fato, não há muito o que dizer. Existem boatos não confirmados de um quarto filme.



3 - Trilogia O Poderoso Chefão (Francis Ford Coppola - 1972 a 1990)

O primeiro Godfather é considerado até hoje um dos melhores filmes de todos os tempos. O segundo, considerado por alguns no mesmo nível, é até hoje a única continuação a repetir o Oscar de Melhor Filme. O terceiro... bem, o terceiro poderia ser até um filme decente se Sofia Coppola não o estragasse, mas encerra a história de forma interessante. A saga da família Corleone até hoje espanta pela profundidade da história, pelas fantásticas atuações e pela reconstituição da máfia como poucas vezes visto.



2 - Trilogia Star Wars (George Lucas / Irvin Kershner / Richard Marquand - 1977 a 1983)

Não é preciso frisar o impacto que essa trilogia teve sobre a cultura pop e até sobre o jeito que se faz cinema. Fanboyzice à parte (vou tentar), são 3 baita filmes (Star Wars e Império Contra-Ataca estão claramente em um nível acima, mas O Retorno de Jedi de maneira alguma compromete). Aliás, para mim  Império é o melhor filme do meio da história das trilogias, já que em vez de apenas ser um gancho para o fim da história, tem o final mais interessante e mais sombrio de toda a saga. Já que a tal "nova trilogia" (da qual o @fvanzo tanto gosta) decepcionou tanto, ficamos no aguardo do filme VII que a Disney (já sem George Lucas) vai lançar no fim do ano.



1 - Trilogia De Volta para o Futuro (Robert Zemeckis - 1985 a 1990)

É uma questão de gosto mesmo. Entendo quem disser que uma das anteriores (ou alguma que não coloquei) é melhor, mas os filmes De Volta para o Futuro (especialmente Parte 1 e Parte 2) têm algo de muito especial pra mim. Não há uma vez que passe na TV e eu não veja, torça pelos pais de Marty, vibre com o skate voador, com os paralelos entre os 3 filmes (aliás, sugiro fortemente vê-los pelo menos uma vez na sequência, direto). É um roteiro universal, em que a viagem no tempo é só um coadjuvante para contar histórias bacanas de pais, filhos, amigos, diversão. Precisa mais?


E agora podem vir as pedras.

(Menções honrosas: Máquina Mortífera, X-Men, Madagascar, Shrek, Rocky, Mad Max)