terça-feira, 29 de maio de 2012

A Fantástica Fábrica de Chocolate (Willy Wonka and the Chocolate Factory, 1971)


Dizem que é um filme infantil. Até deve ser mesmo. Mas é um filme infantil bem tenso, onde a máxima "obedeça, senão...." é levada às últimas consequências. Mas, independente de qualquer coisa, é um filme muito legal.

Pra quem não conhece, a história é sobre o recluso dono da melhor fábrica de chocolates do mundo, que lança um concurso em que as 5 pessoas que encontrarem os tickets dourados em seus chocolates ganham o direito a uma visita em sua misteriosa e revolucionária fábrica. Charlie é um menino muito pobre que, contra todas as chances, é um dos sorteados, e parte para a visita que mudará sua vida.

Podia ser essa a sinopse de um filme bobinho e de fato bastante infantil. Mas não é o que acontece. Primeiro porque, afinal, eram os anos 70, e nada era bobinho nos anos 70... a representação da fábrica, seu espaço, suas "máquinas", seus empregados, seus produtos, tudo, é visualmente muito impactante, bastante colorida e psicodélica. Cachoeiras de chocolate, túneis, e todo tipo de ambiente bizarro aparece no filme, o que para as crianças é muito legal de assistir. Destaque também para os "oompa-loompas", os anões laranjas cantores que são a mão de obra da fábrica.


Também com foco nas crianças, mas de uma maneira mais "agressiva", são as coisas que vão acontecendo com os vencedores ao longo do filme. Tirando Charlie, são todas crianças mimadas e malcriadas, que um a um sofrem instantaneamente algum problema (ou castigo) quando fazem algo "proibido" pelo dono da fábrica. Mais exemplar impossível. Aliás, Willy Wonka (Gene Wilder) é um destaque à parte. Sua imersão no papel é notável, e seu desempenho como o "lunático" empreendedor é muito bom, "sendo" o personagem durante todo o filme.

Nem lembro a primeira vez que vi esse filme. Sei que já vi várias vezes, e que foi o primeiro filme que a Manu (minha filhinha) de fato parou para prestar atenção. Tanto que o DVD já está todo riscado, porque ela quer colocar sozinha no aparelho. Sinal que atrai as crianças. Sem querer ser saudosista ou anti-politicamente correto (coisas que eu de fato sou), é um filme diferente do que se faz hoje. Nem é o caso de dizer "olha, isso nunca passaria em um filme atual", até porque existe um filme atual (com Johnny Depp), mas ainda assim é diferente. Por sinal, por curiosidade resolvi assistir a refilmagem um dia desses na TV, e não consegui assistir muito tempo. Além do estranhamento da versão nova, em contraste com a que vi a vida toda, a atuação de Johnny Depp é tão afetada e artificial que o filme perde a graça. Acho ele um excelente ator, mas perdeu a mão.

Em resumo, um musical-infantil-drama-comédia muito legal. Outro que não é uma obra prima, mas que marcou muitas pessoas via Sessão da Tarde. E um dos poucos filmes até hoje que só vi dublado. Para a criança (e o adulto) dentro de cada um.

Nota: 8,0

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