terça-feira, 21 de outubro de 2014

De Volta para o Futuro Parte II (Back to the Future Part II, 1989)


Hoje, dia 21 de outubro de 2014, estamos a exatamente um ano do dia em que Marty McFly (acompanhado do Doc Brown e de sua namorada) chega no "futuro" para tentar salvar seu filho da prisão por um assalto. Sim, aquele futuro "distante", com carros voadores, hoverboards, e hologramas de tubarão está a apenas 12 meses de se tornar realidade. Será?

Mas, por mais que todos estejamos ansiosos com a possibilidade de andar de skate sem rodinhas, o que eu queria mesmo era aproveitar essa "comemoração" e falar do segundo filme da melhor trilogia que o cinema já viu, um dos poucos filmes "do meio" que supera os demais (de cabeça, lembro também de O Império Contra-Ataca). E um dos meus favoritos de todos os tempos.


Para mim, o filme é uma aula de "como fazer uma continuação". Repete o que deu certo no primeiro (mas sem exageros, como Se Beber, Não Case ou até alguns episódios da série Rocky) e constrói algo maior em cima disso. Agora que o espectador já entendeu as "regras" da viagem no tempo neste universo, roteirista e diretor as subvertem, escalando os problemas e transformando o filme em um vai e volta temporal que beira o caos, incluindo realidades alternativas, encontros entre diferentes versões do mesmo personagem, e até uma volta a 1955, onde tudo começou.

O principal fator de sucesso do filme é Robert Zemeckis. O interessante é que, segundo ele, não havia intenção de fazer uma continuação, e o final do primeiro filme indo para o futuro era apenas uma piada. No entanto, ao assumir o "desafio", ele soube ao mesmo tempo construir uma história interessante, com vários paralelos com o roteiro do primeiro filme, e fugiu da armadilha de "prever" o futuro criando uma 2015 caricata, estereotipada e muito divertida, sem relação nenhuma com a realidade.


Essa 2015 do filme foi um deleite para as crianças nerds da década de 80: hologramas, veículos voadores, aparelhos gigantes de TV com vários canais simultâneos, e até um óculos de informação pessoal que lembra bem o Google Glass. Mas, claro, o filme é muito mais do que isso. A história, como comentei, potencializa o efeito "fazer besteira no passado afeta o futuro": ao ir para 2015 evitar que seu filho seja preso, Marty McFly sem querer possibilita ao velho Biff encontrar seu eu do passado e entregar para ele um almanaque de resultados esportivos, possibilitando que ele fique milionário e domine Hill Valley. Para evitar que isso aconteça, ele e Doc Brown devem voltar à mesma noite de 1955 e evitar que o jovem Biff receba o almanaque, restaurando assim a 1985 original.



Com isso, novamente, apesar do "futuro" no nome, boa parte do filme se passa em 1955, dando ao espectador a chance de entender e até rever sob outra perspectiva alguns dos acontecimentos do primeiro filme, especialmente o Baile do Encanto Submarino, onde Marty havia conseguido reunir seus pais e garantir sua existência.

No mais, atuação, trilha sonora, tudo se mantém ou evolui em relação ao primeiro filme. No entanto, o roteiro mais intrincado, as piadas recorrentes e o tal "to be concluded..." no final (chamando para o inferior, porém ainda sensacional terceiro filme) fazem com que esse seja um pouco superior ao primeiro (algo muito difícil, diga-se). Agora é esperar um ano e ver se Marty McFly aparece com o DeLorean nos céus...

Nota: 9,8 (2o. colocado na minha lista de filmes favoritos)

(Link para o texto sobre o primeiro filme aqui)