sexta-feira, 2 de março de 2012

Quero Ser John Malkovich (Being John Malkovich, 1999)

Esse filme é uma das razões pelas quais eu apoio a liberação das drogas. Não entendeu? A lógica é meio tortuosa:

Eu não acho possível que um cérebro em tudo similar ao meu (e aos do resto do mundo), nas mesmas condições do meu (experiência, conhecimento e até sobriedade) seja capaz de gerar um roteiro tão absurdo como esse. Sério. É impossível. A única explicação é o uso de alucinógenos fortes. E se o uso de alucinógenos fortes gera filmes como esse, quem sou eu para querer proibi-los? :-)

Brincadeiras à parte, é meio difícil imaginar como alguém consegue criar uma viagem de roteiro dessas. Não conhece? Lá vai: um puppeteer (como chama isso em português mesmo?), pressionado pela mulher, resolve arrumar um emprego "sério", já que a vida de artista não está rendendo o suficiente. Devido à sua habilidade com as mãos (!), consegue um emprego de arquivista no andar 7 1/2 (!!) de um prédio comercial. No trabalho, deixa cair uma pasta atrás do arquivo, e ao tentar recuperá-la, encontra uma porta minúscula, que leva à mente de John Malkovich (!!!!!). A partir daí, começa a explorar sua descoberta comercialmente, vendendo entradas inclusive para o próprio Malkovich. Sem estragar a experiência, o final então é de uma maluquice sem tamanho.

Sério, tem lógica? E o filme é fantástico. Claro, não apenas pelo roteiro, os atores também mandam muito bem. John Cusack é um baita ator, e aqui não poderia ser diferente. Cameron Diaz (quase irreconhecível), Catherine Keener, ótima, e o próprio John Malkovich estão fantásticos.


Quem já conversou de cinema comigo sabe que, pra mim, roteiro é no mínimo 70% do filme. Pode ter atores fantásticos, efeitos visuais de cair o queixo, produção, trilha sonora, etc. Se a história não for boa, não tem jeito. Afinal, cinema não é mais um jeito de contar histórias?

Me empolgo demais quando um filme traz um roteiro inovador, uma história diferente. Esse é um deles. Um roteiro que de maneira nenhuma eu poderia ter sequer concebido é uma das maiores recompensas de assistir um filme. Com o perdão do trocadilho, é como uma passagem de entrada para a cabeça de alguém.

Nota: 8,4 (37o. na minha lista de filmes favoritos)

2 comentários:

  1. Adoro esse filme!
    Mas o que houve com o John Cusack? Depois do Alta Fidelidade - eu tb adoro! - ele faz sempre o mesmo papel, com as mesmas caras... Recentemente assisti na Tv a cabo um filme com ele,acho que o nome é "Ressaca", que também tem um começo meio aloprado e depois vai para um happy end bem tradicional... e o John com as mesmas caras, só que agora "botocadas"...

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    1. Eu assisti um dele chamado "Identidade", de 2003, muito bom suspense. Mas de fato ele deu uma sumida... acho que acabaram os papéis de homem sensível ligeiramente inadequado com as mulheres... hehehe

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