domingo, 18 de março de 2012

O Poderoso Chefão (The Godfather, 1972)





Hoje resolvi falar de um dos maiores épicos do cinema. E um dos filmes favoritos de quase todo mundo.

A história: Sério, se você nunca viu esse filme, pare de ler agora e vá resolver essa lacuna na sua vida. Eu é que não vou contar aqui.

Já faz tempo que queria escrever sobre O Poderoso Chefão, e fiquei pensando um tempo o que afinal faz com que esse filme, entre tantos, ser sempre lembrado como um dos melhores.

Serão as atuações? Poucas vezes se juntou tanta gente boa e inspirada em um filme só. Os "coadjuvantes" por si só já arrebentam: Robert Duvall, James Caan, John Cazale (Fredo), Talia Shire (Connie), e tantos outros, como o ator que faz Luca Brasi, que, sem falar inglês direito e nervoso por contracenar com Marlon Brando, ficou ensaiando suas falas do lado de fora. Coppola viu, registrou e acabou colocando no filme. Genial.

Isso sem falar dos atores "principais". Temos Al Pacino ainda jovem (e antes de entrar na "escola Jack Nicholson"), soberbo no papel do filho que inicialmente rejeita os negócios do pai, mas aos poucos vai se "integrando" mais. E a alma do fime na minha opinião, Marlon Brando, em seu auge. Seu Don Corleone é simplesmente perfeito, em sua caracterização, atuação, diálogos e interações. Uma aula de atuação.



Mas as atuações não são tudo. Um roteiro inspirado, baseado no livro de Mario Puzo, uma fantástica ambientação de época, uma trilha sonora memorável, claro, além de uma mensagem sobre a vida sobre a qual falo adiante.

Quanto à mensagem, curioso como muitos homens, especialmente, consideram esse filme como uma espécie de guia moral, formador de caráter, apesar de ironicamente se tratar da história de uma família de mafiosos. O filme de fato tem lições sobre família ("Nunca diga a ninguém fora da família o que estamos pensando"), amigos ("Mantenha seus amigos perto, e os inimigos mais perto ainda"), negociações ("Farei uma oferta que ele não pode recusar"), guerra ("Isso significa que ele dorme com os peixes"), emoções ("Haja como um homem" - Don Corleone para Johnny Fontane, que começa a chorar e leva um tapa na cara do Don), resolução de problemas (matar todos os seus inimigos durante o batizado de seu sobrinho - que edição de cena, aliás), ou seja, tudo o que um homem precisa saber na vida.



Isso para mim prova que homens, ao contrário de mulheres, são seres muito simples. Tiram sua estrutura moral de um filme de gângsteres, seu planejamento de vida de uma música de Frank Sinatra ("My Way"), e tomam as principais decisões de sua vida à base de álcool. Quer mais simples que isso?

Digressões sobre a natureza dos homens à parte, que filme fantástico. Não sei se consegui concluir o porquê afinal, mas isso não importa muito. Acho que nesse caso não preciso convencer ninguém. Especialmente os homens... :-)

Nota: 9,6 (4o na minha lista de filmes favoritos)

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