Nunca falei de western no blog, e o primeiro é logo o meu favorito, até porque não vi muitos: The Good, the Bad and the Ugly (acho horrível o nome em português).
A história: no oeste americano, durante a Guerra de Secessão, três foras-da-lei se veem forçados a unir forças na busca por um tesouro, já que cada um deles sabe uma informação sobre a localização do dinheiro. E, no caminho, passam por um pouco de tudo: soldados, vilarejos, brigas, enquanto a própria relação entre eles vai se mantendo por um fio.
O curioso aqui é que esse é um dos principais exemplares do que ficou conhecido como western spaghetti, uma série de filmes filmados por italianos (nesse caso, o fantástico Sergio Leone), já durante a decadência do western tradicional. E, subvertendo a proposta original (que já não fazia mais tanto sucesso), conseguiu prolongar o movimento que o gerou por mais algum tempo.
Explico: o western americano tradicional talvez seja o "gênero" por excelência. Ou seja, os filmes em geral seguem uma linha com bastante pontos em comum: o desbravamento do oeste, o heroísmo dos pioneiros, o conflito bem x mal dos americanos contra os índios, o "destino manifesto" (ou seja, os americanos eram um povo predestinado a dominar aquelas terras e levar seu modo de vida superior - nada de muito diferente dos dias de hoje...). Isso soava como música para a audiência americana clássica, até que, com a chegada dos anos 60, a contestação, o pacifismo, isso começou a soar retrógrado. Rapidamente, alguns filmes se adaptaram, mas em geral, o gênero morreu (pelo menos até a chegada de Os Imperdoáveis, que soa até como uma "retratação" do western).
Já os italianos optaram por uma linha diferente, do western "realista": orçamento baixo, muitas mortes (com muito sangue - outra razão para o "spaghetti"), heróis e vilões se confundindo, personagens com mais profundidade, e Clint Eastwood. Um dos maiores astros americanos na verdade não fazia grande sucesso nos EUA até que começou a estrelar filmes italianos. O resto, como dizem, é história.
Falando em história, que diversão é assistir a esse filme! Além de uma história interessante, as atuações são ótimas, a trilha sonora é fantástica (Ennio Morricone), e toda a fotografia do filme, no deserto, retratando "o mundo real" também é muito bem feita. Mas o que fica na cabeça mesmo é o tema do filme:
Garanto que tem muita gente que nunca viu esse filme, por desconhecimento, ou por um pouco de preconceito com o "faroeste". Para esses, vai meu conselho: assista. Apesar de ter nascido como "sátira", ou "faroeste menor", esses filmes italianos (aqui incluo, por exemplo, Era Uma Vez no Oeste, também de Sergio Leone) em geral são ótimos. Fica a dica.
Nota: 9,1 (14o na minha lista de filmes favoritos)
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