quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Mamma Mia! (2008)


Mais uma vez falo aqui sobre um musical, e mais uma vez sobre um que tenho impressão que não muita gente gosta. Aqui pelo menos acho que é mais fácil entender: se não gosta de ABBA, dificilmente vai gostar do filme. E, tá bom, eu confesso: eu adoro. O ABBA e o filme. Significa? :-)



Como eu disse no texto sobre Moulin Rouge, gosto muito quando um musical utiliza músicas já famosas, ou pelo menos conhecidas. A idéia aqui vai um pouco adiante: resgatar um pouco do que fizeram, por exemplo, Elvis e os Beatles, montando a história do filme baseado em músicas de um único intérprete, ou banda. Com a diferença que, lá nos anos 50/60, o filme funcionava um pouco como o videoclipe funciona hoje, um recurso visual para promover a música (ou as músicas) de trabalho daquele momento. O que Mamma Mia fez, inicialmente no teatro e depois no cinema (além de Across the Universe, um pouco depois) foi basear a história do filme em toda a discografia da banda em questão, quase como um tributo ou homenagem.



Não que a história seja algo muito elaborado: uma garota que vive com a mãe em uma ilha grega descobre, pouco antes de seu casamento, um diário da mãe que aponta três possíveis candidatos a serem seu pai, que ela nunca conheceu. Escondida da mãe, resolve convidar os três para a cerimônia pensando em finalmente descobrir qual é de fato seu pai.



E nem poderia ser nada mais sofisticado que isso. Primeiro, pela óbvia dificuldade em se encaixar um roteiro às músicas da trilha sonora (embora, justiça seja feita, 90% delas falem sobre corações partidos ou sobre a procura do amor). Além disso, nem é a idéia, ao contrário dos musicais mais "sérios" que a história seja algo profundo demais: o objetivo é divertir quem gosta das músicas, os que vão cantar junto no cinema (isso eu não fiz - não em voz alta, pelo menos).


E, se diversão é o objetivo, ele é plenamente atingido aqui. E não apenas para o público. Pierce Brosnan, que faz o papel de um dos possíveis pais, ao anunciar que faria parte do filme, disse algo como "vou passar uma temporada em uma ilha grega, cantando músicas do ABBA com Meryl Streep. E ainda vão me pagar para isso!". Dá para ver claramente que o elenco está se divertindo. Portanto, claro que não dá para esperar a performance da vida de Meryl Streep, por exemplo, embora ela segure muito bem a responsabilidade, inclusive nas cenas de canto, o que não dá para dizer de todos os atores... Amanda Seyfried (gracinha) segura bem as músicas e o papel principal, mas um destaque tem que ser dado a Christine Baranski, uma atriz muito subestimada que vem do teatro e é extremamente versátil: faz aqui o papel da amiga maluca, mas já foi uma ricaça esnobe em Segundas Intenções, a mãe de Leonard em Big Bang Theory, uma advogada importante em The Good Wife, isso apenas os papéis que me vêm à mente. É o total oposto da escola Nicholas Cage de atuação (o mesmo papel em todos os filmes).



Bom, e a trilha sonora? Preciso falar? Claro que todo mundo conhece (mesmo que não goste de) pelo menos uma meia dúzia das músicas do filme, e atire a primeira pedra quem nunca dançou "Dancing Queen" em alguma festa de casamento. Como eu disse, claro que depende da pessoa gostar do ABBA para curtir o filme, mas não se preocupe, se você não é fã, eu só vou gostar um pouquinho menos de você...



Sei que é ridículo, mas é legal. Live with that. :-)

Nota: 8,0



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