Pela primeira vez, faço um post duplo aqui, falando ao mesmo tempo de dois filmes. Acho que com esses não tem jeito mesmo, os filmes são entrelaçados demais (apesar de terem sido lançados com 9 anos de diferença) e fica bem difícil falar de um separado do outro. Aliás, parece que já foi anunciado recentemente um terceiro filme da série (não imagino qual seria o nome, Before Night talvez?), novamente 9 anos depois do último, que continuaria a história dos dois.
Para quem não conhece, Antes do Amanhecer, o filme de 1995, conta a história de dois jovens (Ethan Hawke e Julie Delpy) que se conhecem por acaso em um trem de Budapeste a Viena. Conversam, sentem uma certa afinidade, e ao descer em Viena, ele a convida para passar a noite com ele, já que seu voo de volta para os Estados Unidos é só na manhã seguinte e ele não tem onde ficar. Ela topa, e o filme mostra essa noite dos dois, antes que se despeçam, talvez para sempre. E o filme é uma grande conversa, a partir daí, entrelaçada com algumas cenas de aproximação entre os dois. Falam sobre a vida, o porquê de estarem ali, sobre o que os espera, e tal. No final (o suprassumo do amor platônico), concordam em se encontrar na mesma estação de trem 6 meses depois, não trocando nenhum dado de contato, pois "se o destino quiser, eles se reencontrarão".
Parece, mas não é chato. É apenas um ritmo diferente do que estamos acostumados, acho. E é interessante ver os personagens se conhecendo, dividindo suas vidas, e a esperança em um futuro que nessa altura ainda parece muito longo. É legal também sentir o idealismo e a crença no destino de quando se é jovem. Por isso, falo deste filme junto com Antes do Pôr do Sol. No segundo filme, eles se reencontram 9 anos depois, em Paris, e falam sobre o que aconteceu em suas vidas nesse período. Dá pra sentir a mudança em cada um deles com o que foram vivendo, e o quanto vêem a vida de forma diferente. Descobrimos também se os dois chegaram a se encontrar ou não depois do primeiro filme.
Para mim, a jogada de gênio foi esse segundo filme (e espero que o terceiro também). Não por ser um filme muito melhor que o primeiro, ou por trazer alguma novidade, mas pelo fato de revisitar personagens que já eram conhecidos um tempo depois, e contar o que aconteceu com eles. É como reencontrar alguém que você não vê faz tempo: apesar de um estranhamento inicial, muito rapidamente parece que vocês se viram todo dia. E o filme faz isso muito bem. Quem não gostaria de "saber" onde estão hoje, por exemplo, os personagens de Friends, a quem acompanhamos durante 10 anos e não vemos há quase isso? Me surpreende até, que de tantas continuações que são feitas de outros filmes, pense-se tão pouco em algo desse tipo. (Voltando a um post anterior, acho que foi isso que gerou tanto burburinho com a mera possibilidade, depois não confirmada, de uma continuação de Curtindo a Vida Adoidado).
Eu gostei dos dois filmes. Não tanto quanto a minha esposa, que até hoje diz que são seus preferidos de todos os tempos, mas acho legais. Mas não era mais fácil trocar telefones? :-)
Notas: 6,0 / 7,0
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