sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Frozen - Uma Aventura Congelante (Frozen, 2013)


Faz tempo que esse post está no rascunho, mas demorei a escrever porque não sei de fato o que falar de novo sobre esse filme. Em especial, não consigo entender muito bem porque, com animações da Disney sendo produzidas industrialmente, logo esse fez tanto sucesso, especialmente entre as meninas. Pensando nisso, tentei entrevistar a especialista em filmes de animação infantis aqui de casa, a Manu, 6 anos, que já viu o filme mais de uma dezena de vezes, no mínimo.

A história, como você provavelmente já sabe: Em um reino nórdico, duas princesas irmãs (Elsa e Anna), após perderem seus pais, se preparam para a coroação de Elsa, que tem o poder oculto de transformar as coisas à sua volta em gelo. Tudo dá errado, ela congela todo o reino e foge. A partir daí, Anna enfrenta o inverno inesperado para resgatar sua irmã e devolver o reino a seu estado natural.


Manu não soube me explicar muito bem do que gostou ("Ah, papai, tudo é legal"), mas suspeito que um primeiro ponto, ainda que ela não saiba, seja justamente esse: duas personagens principais são mulheres, e muito do filme se passa entre elas, sem que se defina "herói" e "vilão" e sem necessariamente uma presença masculina forte e inabalável, tão comum nas fábulas infantis. Em um dado momento, os próprios personagens tripudiam de uma delas que decidiu se casar muito rápido. Acho que isso tem um certo apelo a uma geração que cresceu sem o conto de fadas dentro de casa.

Outro fator importante é algo mais imponderável: o carisma dos personagens. Não há exatamente um personagem fraco ou sem graça. As irmãs são personagens amáveis, bem desenvolvidas, e, claro, lindas. Olaf, o tradicional alívio cômico, acerta em cheio no carisma, e, pasmem, na dublagem de Fábio Porchat. Os demais seguram bem a onda e não comprometem.



Outro ponto importante: a trilha sonora. As músicas são interessantes e bem colocadas, no tradicional modeo Disney de colocar uma música no momento mais importante para explicar o que o personagem está sentindo. Até Shrek já satirizou isso. Porém, acho que aqui está o maior trunfo do filme: Let It Go.


É impressionante a atração que essa música tem sobre as crianças (e o chiclete que vira na cabeça dos pais, claro). Não sou músico, então nem vou tentar explicar a razão, mas é incrível como a canção (vencedora do Oscar) é redondinha e agradável. O DVD do filme traz clipes dela em várias línguas e (como a Manu já viu todos, claro) posso dizer que é igualmente magnética até em malaio.

No mais, visualmente o filme é muito bonito, já que a paleta de cores do inverno é bastante favorável. A animação é bem avançada, muito bem feita, e o 3D funciona bem com os cenários de neve e gelo. Algo que não me agradou é o "plot twist" do filme, que não vou comentar aqui, mas achei tardio e inexplicável. Talvez um efeito colateral dos personagens mais "cinza", e portanto sem uma definição clara de "bem" e "mal" tão presente nos filmes infantis. Me soou muito forçado, e por mais vezes que eu veja (e, acreditem, já vi muitas), não consigo uma explicação decente para o que acontece, e porque não acontece antes.



No entanto, o saldo é positivo. A mensagem de amor do filme é bonita e contradiz o modelo tradicional de "princesa aguarda príncipe que salva tudo e se apaixona por ela". Só isso já mostra uma enorme evolução. Mesmo que a Manu não saiba explicar porque gostou tanto do filme, não vou achar ruim que ela goste nem que assista centenas de vezes. :-)

Nota: 6,0

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