quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Crônica: Casablanca contra os alemães

(Esse post é diferente dos demais desse blog. A ideia surgiu em uma conversa despretensiosa no Twitter com o @james_pmc, e acabou virando um pequeno texto que fala de futebol e cinema. Espero que gostem.)

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Essa final do Mundial Interclubes entre Raja Casablanca x Bayern de Munique me fez lembrar a última vez que Casablanca enfrentou os alemães em um mata-mata. O ano era 1942, e embora o confronto fosse no Marrocos, a invasão dos alemães foi tamanha que era como se jogassem em casa.

Em Casablanca, o trio Rick, Ilsa e Laszlo era visto com apreensão, já que, mesmo com a fama de artilheiro de Rick, os três não tinham nenhum entrosamento, por nunca terem jogado juntos. Embora Ilsa conhecesse bem os outros dois, não se sabia se eles aceitariam estar no mesmo time, devido a diferenças em campeonatos anteriores.

O jogo começou tenso, e a escalação do juiz Cap. Renault para a arbitragem da peleja deixou ainda mais claro que poderia haver favorecimento para o time alemão. E foi o que aconteceu inicialmente: passado o nervosismo dos primeiros minutos, Renault advertiu Ilsa e Laszlo com cartão amarelo, mesmo eles não tendo se envolvido no lance. O apoio da torcida, cantando o hino em uma bela jogada de Laszlo, foi importante, mas deixou os alemães ansiosos por uma oportunidade de vingança.

Conforme esperado, a partida continuou bastante amarrada. Houve protesto da torcida local com uma entrada criminosa do time alemão em Ugarte, mas Renault mandou o jogo seguir. Aos poucos, no entanto, Rick e Ilsa foram recuperando o antigo entrosamento, e a disputa se manteve equilibrada.

Neste ponto aconteceu o lance mais polêmico da partida: os alemães alegaram que Laszlo não tinha condições de jogo por não ter cumprido suspensão em uma partida anterior, ainda pela semifinal entre alemães e tchecos. Supreendentemente, foi apresentado um efeito suspensivo, que todos imaginavam que favorecesse apenas Rick e Ilsa, e Laszlo pôde continuar em campo, mesmo sob protestos do capitão alemão Maj. Strasser, que apelou sem sucesso ao STJD.

Esse lance acordou o time de Casablanca. Com a aproximação do final do jogo e ainda com um empate que não lhe favorecia, Rick tomou as rédeas da partida. Inicialmente em uma troca ousada de posições com Signor Ferrari, até então sumido no jogo, que lhe permitiu ir à frente com Ilsa e Laszlo. Em seguida, em um corta-luz que muitos consideraram faltoso, mas foi surpreendentemente julgado legal por Renault, deixou o zagueiro alemão morto no lance, o que possibilitou a subida de Ilsa e Laszlo e a marcação do gol da vitória, em lance que, segundo Rick, o lembrou de quando ele e Ilsa atuaram juntos em Paris.

A torcida foi ao delírio! Rick foi eleito o melhor em campo, e ao ser questionado sobre o lance polêmico e um eventual favorecimento por parte de Renault, respondeu enigmaticamente “é apenas o início de uma bonita amizade”.

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